Alunos em ação no Amazonas
Um grupo de oito alunos do Colégio Santa Mônica, de Mogi das Cruzes, viveu uma experiência inesquecível durante as férias de julho. Eles viajaram para o Amazonas, onde conviveram e prestaram serviços a índios e moradores ribeirinhos do Rio Negro.
PROJETO
Alunos do Santa Mônica passam 10 dias em comunidades indígenas e ribeirinhas pelo interior do Estado Amazonas
Estudantes voltam de expedição
Navegar pelas águas do Rio Negro tornou-se ensinamentos para a vida de estudantes de um colégio particular de Mogi das Cruzes. Oito deles passaram 10 dias em comunidades indígenas e ribeirinhas pelo interior do Estado do Amazonas. Vivenciaram a rotina e conheceram parte da cultura amazônica. Longe de celulares, os adolescentes usaram ao máximo o bom e velho método de comunicação: a conversa.
Os alunos, do Colégio Santa Mônica, estão no ensino médio e retornaram da viagem no último dia 11. O projeto, chamado “Expedição Amazônia”, foi idealizado pelo professor de espanhol Esdras Barbosa. “A proposta é que os estudantes tenham contato com comunidades indígenas e ribeirinhas do Amazonas para que conheçam sua cultura, seus costumes e saibam parte de suas rotinas”, explicou.
Barbosa projetou “Expedição” porque foi missionário no Estado por mais de 10 anos. A viagem, por sinal, acontece em parceria com a organização Jovens com Uma Missão (Jocam), com objetivo evangelístico. “Nós contamos com o apoio da infraestrutura deles para ficarmos estabelecidos nas comunidades às margens do Rio Negro. A intenção do projeto é outra. É inserir esses jovens numa realidade completamente diferente da que eles têm. O grupo fica sem contato com os pais, sem amigos e sem acesso à internet. O resultado é a imersão num universo que instiga a conhecer novas formas de vida, o entendimento de instintos e costumes”, complementou.
Esta foi a quinta edição do “Expedição Amazônia”. Nesses cinco anos foram mais de 60 estudantes que conheceram histórias e aprenderam sobre como o tempo corre no maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas.
Para Rodrigo Mizuta, de 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio, a ida até o Amazonas trouxe uma reflexão sobre hábitos antigos de vida. “Há uma diferença grande entre os estilos de vida. Lá, aquelas comunidades indígenas e ribeirinhas vivem com tão pouco e são tão felizes. Aqui temos tudo e, às vezes, ficamos insatisfeitos. Parei de pensar em querer coisas. Repenso nas coisas e em não ter mais do que o necessário para viver”, comentou.
De acordo com o professor Esdras, além do aprendizado, fica a experiência e participação dos adolescentes em melhorias locais.
“Eles pintaram uma escola e casas das comunidades ribeirinhas. Com a vivência das culturas e rotinas, pudemos todos perceber que os índios têm condições um pouco melhores de vida porque são assistidos pela Funai (Fundação Nacional do Índio). Já os ribeirinhos não têm a mesma atenção por parte do poder público e enfrentam muitas dificuldades”, explicou.
Fotos e um filme feito pelos alunos vão compor trabalhos que eles terão de apresentar às disciplinas que estudam no ensino médio e devem virar uma exposição nesse segundo semestre.